Firme ao volante,
Mantinha todos os sentidos aguçados.
Os ouvidos percebiam o sibilar do zéfiro;
A pele, a calidez tépida do sol da manhã;
Ao olfato davam-se os odores que pela janela penetravam;
À visão, maltratada pela miopia,
Lutava para servir-me o melhor possível.
E foi esta quem retumbou o alerta.
Meu Deus! O que é aquilo?
Será um saco ou uma pedra?
Quem poderia ter atirado um saco no meio da pista?
E se for uma pedra, de onde teria surgido?
A dúvida fustigava-me.
Irrequieto tentava tomar uma decisão.
Saco ou pedra?
Agora, a atenção estava voltada ao objeto misterioso.
A tensão tomava conta do meu corpo.
Iniciava-se no pé e estendia-se até a coxa, que de tão rija parecia uma tora de madeira.
A esta velocidade não tardaria em alcançar o obstáculo.
Tinha de tomar uma decisão.
Saco ou pedra?
Mesmo em dúvida fiei em seguir em frente.
A esta altura não tinha mais rédito.
Indeciso, mas com grande desembaraço.
Guiei o automóvel de modo a vencer o óbice.
Mitigado segui meu caminho.
Para logo me encontrar diante de outro impasse.
Será uma cobra ou uma palha?
Assim é a vida.
Ao longo da jornada constantemente encontramos obstáculos, que devem ser vencidos.
Porém só há uma direção a seguir: “SEMPRE EM FRENTE”.
Autor: Sérgio Ricardo
Um comentário:
Adorei e fiquei com gostinho de quero mais. Beijo
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