segunda-feira, 29 de maio de 2017

Tempos Estranhos



TEMPOS ESTRANHOS
“Tempos estranhos, estamos vivendo tempos muito estranhos” (Marco Aurélio de Melo, Ministro do STF).
Qual a real estranheza dos tempos atuais? A corrupção, ou seria a generalização da corrupção entre políticos e grandes empresários, ou, ainda, a aclaração destes fatos?
Não me dou o direito de achar que isto tudo é tão estranho assim. Porque digo isto? Simples, ”não há país com governo corrupto em uma população honesta, assim como, não há governo honesto em uma sociedade corrupta” (Leandro Karnal). O que estou afirmando, é isto mesmo, temos governos corruptos e empresários corruptos porque somos, com raras exceções, uma população corrupta, mal educada e imoral.
Diariamente comentemos pequenos (pequenos de acordo com o potencial de cada um) delitos sem que se quer percebermos, quando, por exemplo, jogamos lixo nas ruas ou calçadas, ou quando tentamos furar uma fila (porque estamos atrasados) ou quando, em um ponto de ônibus não damos a preferência àqueles que chegaram antes de nós. Quem nunca, ao ser pego em uma infração de trânsito não aceitou pagar o “refri” do guarda para que este nos liberasse? Quem dentre nós nunca pediu desconto, em uma compra, por não exigir a nota fiscal? É o famoso, e nefasto, jeitinho brasileiro.
Vivemos em um país onde é necessário, o governo, colocar câmeras (pardais) em trechos da estrada para limitar a velocidade dos veículos, detalhe estes mesmos trechos, já estão sinalizados com placas, que em geral não são respeitadas. Tal ação se faz necessária porque somos imorais e mal educados. Por vezes desperdiçamos uma energia enorme tentando burlar a lei, não seria mais lógico aproveitar esta energia fazendo a coisa certa?
Ouço relatos de pessoas que trabalharam em uma empresa onde era comum, os funcionários, amiúde, fazerem acordo para receberem a rescisão, continuarem trabalhando recebendo o salário e ao mesmo tempo o seguro desemprego (um crime grave).
Lembro que a educação vem de casa com bons exemplos. Comprometamo-nos, portanto a dar bons exemplos a nossos filhos, cônjuges, amigos, vizinhos e até a desconhecidos.
Não sou nenhum santo, eu mesmos cometi vários destes delitos citados acima, apenas percebo hoje, talvez pela experiência de quase cinquenta anos de vida e, obviamente, pelos exemplos de meus pais, amigos, vizinhos etc., esteja vendo os acontecimentos em outra perspectiva.
Àqueles que, de alguma forma, se sentiram ofendidos com minhas palavras, peço desculpas, este texto é apenas a opinião de um cidadão brasileiro. Minha intenção é iniciar um debate, como disse acima, errei e certamente ainda errarei, mas, em minha opinião os erros são o escopo, o debate o martelo e bons exemplos o encorajamento que esculpem nosso caráter.
Acredito que somente assim seremos um país respeitado, não por estrangeiros, mas, por nós mesmos BRASILEIROS.

Autor: Sérgio Ricardo