A garotinha Poly – Parte 1
Sempre que volto ao passado, me lembro de uma garotinha que
conheci, ela se chamava Poly. Era bem franzina e se achava diferente de todo o
mundo, pensava até que era de outra dimensão, pois em muitos momentos ela não
conseguia se adequar as situações impostas no seu dia a dia.
Menina tranquila, obediente e estudiosa. Nos primeiros anos
de escola ela era a primeira da turma, ganhava pontos por manter o seu caderno sempre
organizado, mas o que mais ela gostava era de seus momentos solitários, pois
era nesses momentos que ela encontrava a paz que precisava para fazer suas
divagações, apesar de que não era fácil ela obter esses momentos tendo em vista
sua família ser bastante numerosa, mas quando conseguia ficava sempre num canto
qualquer a pensar e analisar tudo e todos.
Poly andava com os pés descalços e os cabelos despenteados
não por vontade própria, pertencia a uma família grande e não recebeu os tratos
que hoje damos aos nossos poucos filhos, mas aquela garotinha tímida me
surpreendia a cada dia, apesar de ser muito pequenina o seu interior era
gigante, ela conseguia transformar todos os seus momentos ruins em momentos
menos ruins, sempre que acontecia algo que a deixava triste, ela pensava nas
pessoas em piores condições que a dela.
E a prova de que isso realmente funcionava estava em seu jeito de ser...
Poly era feliz.
As vezes penso nessa garotinha e me sinto comovida... É um mistura de pena e admiração.
Miriam Albuquerque
16/09/2014
16/09/2014
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