quarta-feira, 7 de maio de 2014

Sonho


Hoje em sonho visitei a minha madrinha, e a ela perguntei se tinha visto a sua vizinha. Ela falou que a via de vez em quando. Minha madrinha estava feliz em me ver.  Sorrindo ela me disse: “Mira, não limpe as vidraças”. E isso ela repetiu diversas vezes. Era tudo tão confuso, pois eu não sabia se eram as minhas ou as vidraças dela, já que todos os vidros das suas janelas estavam embaçados. Não dava para enxergar nada lá fora, todas as janelas estavam fechadas, e apesar disso, dentro da sua casa havia cortinas esvoaçando com um vento que não entrara. Eu ouvia o ruído forte do vento, mas não sabia de onde vinha, e nem para onde ia. Que mistério ela queria esconder de mim?

Lembro-me da minha madrinha. O seu nome era Eunice, mulher forte e cheia de vida. Sempre presente na vida de minha mãe. Por ela eu sentia uma profunda admiração, tanto que a escolhi como madrinha. Tivemos o direito de ser batizados já crescidos, com entendimento para escolhermos os nossos padrinhos. E a ela coube a incumbência de ser a minha madrinha, e também do meu irmão Vadinho.

O vento voltou a soprar forte, e eu insisti em saber notícias da sua vizinha. Mas afinal quem era essa vizinha?  E o que será que eu queria saber sobre ela? Mesmo com a minha teimosia, ela calou-se, e eu acordei com uma ventania entrando pela janela aberta do meu quarto. Por alguns instantes fiquei parada olhando a janela, e lembrei-me que a vizinha de minha madrinha era a minha “Mãe”.


Miriam Albuquerque
07/05/2014

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