Hoje em sonho visitei a minha madrinha, e a ela perguntei se
tinha visto a sua vizinha. Ela falou que a via de vez em quando. Minha madrinha
estava feliz em me ver. Sorrindo ela me
disse: “Mira, não limpe as vidraças”. E isso ela repetiu diversas vezes. Era
tudo tão confuso, pois eu não sabia se eram as minhas ou as vidraças dela, já que
todos os vidros das suas janelas estavam embaçados. Não dava para enxergar nada
lá fora, todas as janelas estavam fechadas, e apesar disso, dentro da sua casa
havia cortinas esvoaçando com um vento que não entrara. Eu ouvia o ruído forte
do vento, mas não sabia de onde vinha, e nem para onde ia. Que mistério ela
queria esconder de mim?
Lembro-me da minha madrinha. O seu nome era Eunice, mulher
forte e cheia de vida. Sempre presente na vida de minha mãe. Por ela eu sentia
uma profunda admiração, tanto que a escolhi como madrinha. Tivemos o direito de
ser batizados já crescidos, com entendimento para escolhermos os nossos
padrinhos. E a ela coube a incumbência de ser a minha madrinha, e também do meu irmão
Vadinho.
O vento voltou a soprar forte, e eu insisti em saber
notícias da sua vizinha. Mas afinal quem era essa vizinha? E o que será que eu queria saber sobre ela?
Mesmo com a minha teimosia, ela calou-se, e eu acordei com uma ventania entrando pela
janela aberta do meu quarto. Por alguns instantes fiquei parada olhando a janela, e lembrei-me
que a vizinha de minha madrinha era a minha “Mãe”.
Miriam Albuquerque
07/05/2014
07/05/2014
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