TEMPOS
ESTRANHOS
“Tempos
estranhos, estamos vivendo tempos muito estranhos” (Marco Aurélio de Melo,
Ministro do STF).
Qual a real estranheza dos tempos atuais? A corrupção, ou seria a generalização
da corrupção entre políticos e grandes empresários, ou, ainda, a aclaração
destes fatos?
Não me dou o direito de achar que isto tudo é tão estranho assim. Porque digo
isto? Simples, ”não há país com governo corrupto em uma população honesta,
assim como, não há governo honesto em uma sociedade corrupta” (Leandro Karnal).
O que estou afirmando, é isto mesmo, temos governos corruptos e empresários
corruptos porque somos, com raras exceções, uma população corrupta, mal educada
e imoral.
Diariamente comentemos pequenos (pequenos de acordo com o potencial de cada um)
delitos sem que se quer percebermos, quando, por exemplo, jogamos lixo nas ruas
ou calçadas, ou quando tentamos furar uma fila (porque estamos atrasados) ou
quando, em um ponto de ônibus não damos a preferência àqueles que chegaram
antes de nós. Quem nunca, ao ser pego em uma infração de trânsito não aceitou
pagar o “refri” do guarda para que este nos liberasse? Quem dentre nós nunca
pediu desconto, em uma compra, por não exigir a nota fiscal? É o famoso, e
nefasto, jeitinho brasileiro.
Vivemos em um país onde é necessário, o governo, colocar câmeras (pardais) em
trechos da estrada para limitar a velocidade dos veículos, detalhe estes mesmos
trechos, já estão sinalizados com placas, que em geral não são respeitadas. Tal
ação se faz necessária porque somos imorais e mal educados. Por vezes
desperdiçamos uma energia enorme tentando burlar a lei, não seria mais lógico
aproveitar esta energia fazendo a coisa certa?
Ouço relatos de pessoas que trabalharam em uma empresa onde era comum, os
funcionários, amiúde, fazerem acordo para receberem a rescisão, continuarem
trabalhando recebendo o salário e ao mesmo tempo o seguro desemprego (um crime
grave).
Lembro que a educação vem de casa com bons exemplos. Comprometamo-nos, portanto
a dar bons exemplos a nossos filhos, cônjuges, amigos, vizinhos e até a
desconhecidos.
Não sou nenhum santo, eu mesmos cometi vários destes delitos citados acima,
apenas percebo hoje, talvez pela experiência de quase cinquenta anos de vida e,
obviamente, pelos exemplos de meus pais, amigos, vizinhos etc., esteja vendo os
acontecimentos em outra perspectiva.
Àqueles que, de alguma forma, se sentiram ofendidos com minhas palavras, peço
desculpas, este texto é apenas a opinião de um cidadão brasileiro. Minha
intenção é iniciar um debate, como disse acima, errei e certamente ainda
errarei, mas, em minha opinião os erros são o escopo, o debate o martelo e bons
exemplos o encorajamento que esculpem nosso caráter.
Acredito que somente assim seremos um país respeitado, não por estrangeiros,
mas, por nós mesmos BRASILEIROS.
Autor: Sérgio Ricardo